Amado Zaratustra,
28 de Junho de 2009
EU SOU Zaratustra!
Vim hoje dar-vos um curto ensinamento. Serei breve e a nossa conversa não vos
cansará.
Hoje ser-vos-á dado a entender em que medida tudo o
que vos rodeia pode ser alterado e precisa de ser mudado.
Imaginem que se encontram
numa ilha deserta. Não têm convosco nenhum dos vossos bens habituais, no
entanto, a vossa memória conserva o conhecimento do que é necessário para
sobreviverem numa ilha deserta.
A vossa civilização
criou uma infinita variedade de objectos e formas de entretenimento, mas na
realidade, para existirem, não precisam de tanto. Um mínimo básico de coisas é
o suficiente. E se pensarem sobre isso, rapidamente aceitarão que os objectos
que vos rodeiam não vos fazem mais felizes.
Então, o que é
felicidade?
Para cada um, a resposta a esta pergunta será diferente. E se acham que precisam
de adquirir algo para serem felizes - um carro, um apartamento, uma casa de
campo, uma oportunidade para viajar ou para obter acesso a entretenimento - então
tenho que vos dizer que nunca alcançarão a felicidade. Isto porque terão que
comprar uma coisa depois de outra, um brinquedo após o outro e desperdiçarão
todos os vossos esforços e recursos para obterem prazeres cada vez mais
complicados. Mas, pouco tempo de se terem começado a interessar pelo próximo
objecto ou entretenimento, perdem imediatamente o interesse por ele e partem à
procura do próximo. E assim, nesta busca permanente da ilusão, as encarnações
vão passando.
Vocês procuram continuadamente a felicidade fora de si mesmos. No entanto, a felicidade é um estado de
consciência. E quando estão felizes, na verdade, não precisam de nada, sentem-se
satisfeitos e prontos para compartilhar essa alegria com o mundo inteiro. Quantos
de vocês é que possuem esse estado de felicidade interna? Não vos parece
estranho que a coisa mais barata, que não custa sequer um cêntimo, não esteja
disponível para a maioria dos seres humanos? Por que é que isso acontece? É
porque a vossa civilização sensibiliza e encoraja as pessoas desde a infância
para adquirirem e consumirem as “bênçãos da civilização”. E não existem limites
para os objectos e prazeres que a vossa mente carnal deseja obter.
Parem e pensem. Algo está errado nisto tudo. Existe uma maneira de sair deste círculo
vicioso em que estão envolvidos, como um hamster na sua roda de exercício. E
essa saída está apenas na vossa consciência. Parem e pensem. O mundo conforma-se
obedientemente à vossa consciência. Cada um obtém do mundo externo, exactamente
aquilo a que aspira. Portanto, se conseguirem mudar a vossa consciência de modo
a alterarem o sentido das vossas aspirações, então o mundo, embora lentamente,
vai começar a mudar em conformidade com esse novo nível de consciência.
Comecem com a coisa mais simples – analisar o que vos faz feliz no meio de tudo
o que possuem. O que podem deitar fora que não afecte a vossa felicidade? Muitos
de vocês, depois de terem pensado, dirão que não têm nada a mais e que tudo de
que dispõem é necessário à vossa vida. Lembrem-se do exemplo da ilha deserta
que vos dei no início da nossa conversa.
Devem aspirar a uma forma mais simples de viver. E quando a vossa consciência
começa a mudar, perceberão que entãodispõem de muito tempo livre que antes não
tinham. E irão desenvolver um gosto por alimentos mais saudáveis, por música
mais harmoniosa. Deixarão se sentir qualquer necessidade de encharcar-se de estímulos
diferentes como se fossem ratos. Entenderão que a actividade sexual não é amor.
Farão uma série de descobertas novas na vida. Mas, primeiro, é necessário
tomarem a decisão de tentarem direccionar a vossa consciência para o Caminho
Divino.
Dir-me-ão que precisam de conhecer os atributos deste Caminho e alguns sinais
sobre o destino a que ele conduz. A verdade é que todos esses sinais se
encontram no vosso interior. E se, com cuidado, prestarem atenção à voz
interior, em breve, saberão onde encontrar o Caminho Divino.
Mesmo aqueles que não têm muita fé nas nossas mensagens e que desconfiam de
ensinamentos e crenças diversas, certamente que, pelo menos uma vez na vida,
ouviram no seu interior, uma sugestão sobre como agir numa situação difícil da
vida. Vocês sabem sempre muito bem o que fazer e como agir. Mas então a vossa
mente carnal intervém e sussurra em voz alta: "Estás louco? Assim, vais
ficar em desvantagem! Deixa lá a consciência e a dignidade! Assim, perderás a
posição em que estás (ou qualquer outra coisa a partir dos valores míticos do
vosso mundo) "!
E vocês continuam a ouvir e seguir a lógica humana e perdem a oportunidade de
agir de acordo com a Lei Divina.
À primeira vista, seguir o Caminho Divino não fornece quaisquer benefícios no
vosso mundo - nem dinheiro, nem fama. Muito pelo contrário, poderão perder
muito do que nele é considerado prestigiante. Mas adquirirão outros valores – felicidade
e paz de espírito, além de se tornarem capazes de experimentar o verdadeiro
sentimento do Amor.
Não encontrarão em nenhum lugar físico, sinais que conduzam ao Caminho Divino.
Mas a bússola e o mapa para lá chegarem está sempre presente nos vossos
corações desde o nascimento até à morte. Não há ninguém fora de vocês a quem
possam culpar por terem negligenciado o conhecimento interior e terem decidido,
por mero conformismo ou preguiça, seguir o caminho que "toda a gente segue".
Não desperdicem esforços para andar numa estrada larga
que não conduz a parte nenhuma. Caminhem ao longo do Caminho estreito e pouco
visível que conduz à vida eterna.
Creio que já disse o
suficiente para aqueles que são capazes de entender. Desejo que sejam capazes
de se libertarem do círculo vicioso em que estão encerrados e consigam
encontrar a felicidade!
EU SOU Zaratustra.
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