Amado Kuthumi,
24 de Junho de 2005
24 de Junho de 2005
EU SOU Kuthumi e vim de novo.
A nossa conversa de hoje será dedicada
ao karma da inactividade. Já ouviram falar? Talvez vos pareça que
apenas as acções podem criar karma. No decorrer das nossas conversas
anteriores, vocês familiarizaram-se com a noção de karma, o processo da sua
criação e a forma de obter um bom karma. Agora quero voltar ao mesmo tema
e dar-vos um ensinamento sobre o karma da inactividade.
Imaginem que alguém vos liga para pedir ajuda, mas vocês não querem ajudar.
Será que criam karma neste caso? Muitas pessoas criam karma,
precisamente por não fazerem nada em situações em que deveriam agir.
A Lei Divina permite que criem karma mesmo estando inactivos. Vocês
vieram ao mundo para agir e ganharem experiência. Consequentemente, se
evitarem agir, criam karma.
Deixem-me dar-vos uma explicação sobre este ponto. Vocês recordam-se que
o karma é a energia que qualifica incorrectamente quando praticam acções
erradas. Se a Energia Divina que recebem do mundo Divino é usada de
acordo com a Lei Divina, criam karma positivo - o vosso tesouro no céu.
Mas se fizerem um mau uso dessa Energia Divina, acumulam energia negativa
nos quatro corpos inferiores. E em conformidade com a Lei Divina essa
energia atrai para vocês um conjunto de situações por que têm repetidamente de
passar até aprenderem a lição, fazerem a escolha certa e esgotarem esse karma.
Por exemplo, se invejarem, ofenderem ou maldisserem alguém, criam karma.
E este karma regressará, muito provavelmente sob a forma de situações em
que vocês mesmos poderão ser maltratados do mesmo modo. Serão invejados,
ofendidos ou caluniados. E para esgotarem esse karma terão que passar por
todas essas situações, com humildade e obediência à Vontade Divina, sem
fulminarem quem vos insulta e sendo infinitamente indulgentes para quem vos
ofende.
É por isso que Jesus disse que devemos perdoar "até setenta vezes sete".
Vocês não sabem quantas vezes ofenderam pessoas ou se comportaram de forma
abominável com elas nas vidas passadas.
E agora vamos regressar ao karma da inactividade.
Imaginem que um homem pede a vossa ajuda e vocês recusam-se a ajudá-lo.
Será que criam karma agindo assim? Não podem desperdiçar a Energia
Divina, não é verdade? Então talvez seja melhor não fazer nada. Ora, a
situação não é tão simples como pode parecer. E o facto de criarem ou não
karma neste caso depende de muitas condições.
Primeiro de tudo, é preciso ter a certeza de que essa pessoa
precisa realmente de ajuda. Se alguém pede a vossa ajuda sem precisar
dela, essa pessoa cria karma. Vocês não o criam neste caso, mas,
indirectamente, estão a ajudar a outra pessoa a criar karma. Quando se alcança
um certo nível espiritual, é-se obrigado não apenas a atender aos problemas
próprios, mas também ajudar outras pessoas a evitarem situações em que possam
criar karma.
E agora o momento seguinte. Se uma pessoa pede a vossa
ajuda, precisando realmente dela, vocês não criarão karma se a recusarem, caso
nada possam fazer para a ajudar.
Por exemplo, imagine-se que alguém vos pede ajuda financeira urgente. Mas se
não tiverem oportunidade de ajudar essa pessoa ou acham que primeiramente devem
usar o dinheiro para alimentar a vossa família, não criam karma nesse caso.
É altamente provável que a pessoa que vos pede ajuda, já se tenha
recusado ajudar-vos numa vida passada, e agora esteja simplesmente a pagar a
sua dívida kármica.
E, finalmente, se uma pessoa vos pede sinceramente ajuda, mas vocês se recusam
a ajudá-la podendo fazê-lo, então criam karma. São obrigados a ajudar
quem vos pede ajuda. O que é fundamental em todo este processo é conhecer
as intenções e os motivos que vos levaram a agir de uma determinada maneira.
Por exemplo, dar uma lição ou querer agradar a alguém, serem bajulados,
não se quererem incomodar ou serem movidos pela ganância. Qualquer um
destes e outros traços de carácter, se forem a verdadeira razão para a vossa
recusa em ajudar, não são de natureza divina e criam karma. Portanto,
antes de recusarem ajudar alguém que vos pede ajuda, pesem sempre os prós e
contras cuidadosamente.
E, caso se encontrem numa situação difícil, o melhor
conselheiro será sempre, sem dúvida, o Eu Superior. Se a vossa conexão
com Ele não for a melhor ou se não tiverem a certeza sobre as respostas
recebidas, tentem analisar, de modo completo, os vossos sentimentos e a vossa
motivação interior.
Se depois de terem prestado ajuda sentirem alívio, isso
será um sinal de que fizeram a coisa certa e esgotaram algum velho karma do
passado.
Se não sentirem quaisquer sentimentos negativos, mas a
intuição sugerir que não deviam ajudar essa pessoa a despeito do facto de ela
precisar de ajuda e de vo-la ter pedido, então existe uma possibilidade de
estarem a ser usados para dar um teste a essa pessoa. No entanto, testes
como estes são muito raros e só pessoas com um elevado nível espiritual têm o
direito de os dar. Portanto, recomendo-vos que ajudem sempre quem vos
peça ajuda sincera, caso estejam em condições de o fazer.
Na realidade, muitos problemas no vosso mundo estão ligados exactamente com o
facto de haver pessoas que pedem ajuda sincera e não a recebem, por exemplo, de
funcionários cuja função é precisamente a de prestarem o tipo de ajuda que lhes
é solicitada, uma vez que são pagos para isso.
Devem lembrar-se sempre que, numa próxima vida, há grandes possibilidades de os
papéis se inverterem, e o funcionário que não cumpriu o seu dever por
negligência ter que pedir ajuda exactamente às pessoas a quem se recusou
ajudar .
É exactamente o que se passa com aqueles que são hoje ricos e poderosos.
Muita riqueza é sempre evidência de que o karma dessa pessoa está
conectado com a sua atitude errada em relação ao dinheiro.
A riqueza é dada às pessoas como uma oportunidade de esgotarem o seu karma.
Portanto, uma pessoa cuja riqueza pareça cair das nuvens, deve analisar com
muita atenção o modo como poderá dispor dela para ajudar o maior número
possível de pessoas. Deverá prestar uma ajuda especial aos desamparados, mas
não deverá desperdiçar dinheiro em filantropia teatral. Quem dispuser
indevidamente dos seus bens em prazeres ou objectos de luxo e prestígio, é 99%
provável que numa próxima vida receba o retorno kármico, nascendo numa família
muito pobre e passando grande parte da sua existência com enormes dificuldades
económicas.
Assim, nunca invejem a vida de quem possui muito dinheiro. O dinheiro é
evidência de um karma grande no presente e, se usado de forma errada, de um
ainda maior karma no futuro.
Acho que a nossa conversa de hoje foi interessante. De qualquer forma,
esse conhecimento sempre vos pode ajudar a evitar o karma da inactividade na
vossa vida.
EU SOU Kuthumi.
Sem comentários:
Enviar um comentário